Constantemente nos deparamos dentro de nossos Ilês com
pessoas insatisfeitas, o que não deixa de ser normal, mas a insatisfação
permanente - nunca está bom o suficiente - é o que gera um sentimento pesado
que de ser trabalhado e assimilado.
Fora isso, temos que conviver com a disputa entre pessoas e
Ilês, não podemos negar isso, daí a necessidade de tomarmos consciência do
fato, entendê-lo para poder, quem sabe, assimilar e buscar uma postura e uma
mudança em cima desse sentimento que chamo de inveja. Por que inveja? Por que
as pessoas sempre insatisfeitas estão se comparando a alguém que elas entendem
que tem ou são mais do que elas.
Não podemos deixar de nos pronunciar a
respeito, como forma de tentar ajudar estas pessoas a se entenderem e sentirem
que desejos além da normalidade pode ser inveja.
Podemos dizer que ser invejoso é desenvolver um sentimento
forte de frustração e mal-estar, por sentir-se menor do que alguém, por não
sermos o que o outro é e o que ele possui e vive.
O sentimento de inferioridade que vive a pessoa invejosa
gera um desequilíbrio interior tão grande, que o invejoso torna-se uma pessoa
falsa, fraca, incapaz, rancorosa e vingativa (disfarçada) em cima daquele que
gera nele este sentimento.
A pessoa que sofre do mal de inveja, tem bem claro para si
mesma que não o é, esconde de si mesma este sentimento. É normal ver os
invejosos se auto elogiando como forma de sobrepujar aos outros.
Quando é exacerbada a crítica, a maldade, o rancor, a
necessidade de falar mal de alguém é certo que se está sentindo inferior a ela,
consequentemente invejando.
Ser invejoso é ser incapaz de ver o outro bem e não ser
igual a ele.
O invejoso sofre sem admitir sua incapacidade, porque o
único a ser ferido é ele mesmo, pela sua frustração, por não sentir-se melhor do
que o outro e estar sempre querendo mais e mais, é insatisfação permanente,
tentando ser ou imitar alguém.
Sempre é bom entendermos isso, para podermos orientar
alguém, ou até através de nossos Orixás, ajudá-las a superar este sentimento.
Cada um tem aquilo que Olorun nos determinou, nada mais ou a menos, algumas
vezes temos que buscar com mais afinco nosso merecimento, conquistá-lo
dia-a-dia, seja através de nossa postura, trabalho ou até do axé dos Orixás.
Muitas vezes nossos Orixás nos cobram mudanças, objetivando
o crescimento interior para superarmos estes sentimentos e crescermos como
pessoas, quando entendemos e vivenciamos a aprendizagem somos abençoados.